domingo, 7 de junho de 2009

Os 1.150 jornalistas da Petrobras...


por Luiz Carlos Azenha

Eu já passei por isso. Já senti isso na própria pele.

Eu era repórter da TV Globo. Estavam andamento três CPIs no Congresso. A CPI do Mensalão. A CPI dos Correios. No Senado, a CPI do Fim do Mundo.

Eu acreditava piamente que as CPIs se destinavam a esclarecer.

Colaborei com uma delas, a CPI dos Correios, ao fazer uma denúncia de uso de caixa dois na campanha do PT em Goiás. Denúncia baseada em dados cristalinos. Mas estranhei: quando o acusado foi depor e disse que tinha ajudado outros partidos além do PT, a denúncia foi "arquivada".

Ou seja, vi com meus próprios olhos: acusar o PT, tudo bem; acusar o PSDB ou o PFL, aí não é notícia. Ou é menos notícia.

Isso em 2005/2006.

Agora, véspera de ano eleitoral, a manobra é a mesma. CPI das ONGs + CPI da Petrobras. É a oposição em campanha, com a colaboração da mídia corporativa.

Vale qualquer acusação. Publica primeiro para checar depois. O objetivo é estabelecer que a Petrobras é um tremendo cabide de emprego e que o "aparelhamento" serve ao atual governo.

Esse é o "modus operandi".

Um, de muitos exemplos: um jornal paulista publica que a Petrobras tem 1.150 jornalistas. A empresa desmente. Mas o jornal não publica desmentido com o mesmo destaque da acusação. Aliás, nem publica o desmentido.

A quem serve o jornal?

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